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Hidrogênio verde tem potencial para crescer no Brasil e reduzir emissões de gases poluentes a nível global

Com o avanço das mudanças climáticas em todo o mundo, estudiosos e especialistas têm buscado alternativas para produzir energia de forma sustentável a fim de reduzir as emissões de gases de efeito estufa na atmosfera. Neste cenário, antes mesmo da cúpula climática da Organização das Nações Unidas (COP28), que começa no dia 30 de novembro, mais de 130 empresas multinacionais de diversos setores, que acumulam R$ 5 bilhões em receitas anuais, cobraram, por meio de uma carta, que os países participantes do encontro se comprometam a implementar sistemas de energia com 0% de emissão de carbono  até 2035.

De acordo com o Prof. Dr. João Guilherme Vicente, coordenador do curso de Engenharia Química do Centro Universitário Facens, referência nacional em metodologias inovadoras de educação nas áreas de arquitetura, engenharia, saúde e tecnologia, o hidrogênio verde representa uma opção vantajosa e sustentável. No entanto, ele ressalta a necessidade de mais investimentos para melhorar o desenvolvimento de tecnologias que aprimorem a produção, armazenamento e transporte deste combustível.

Especialistas apontam que, das 100 milhões de toneladas de hidrogênio verde produzidas globalmente por ano, o Brasil contribui com aproximadamente 1% do total mundial. Segundo o professor, “o país tem potencial de crescer e atender a essa demanda global, já que é rico em fontes de energia renovável, como a hidrelétrica, solar e eólica”. Ele explica que “essa forma de hidrogênio é produzida por meio da eletrólise da água, um processo que pode ser alimentado por essas fontes de energia renováveis, o que o torna uma opção altamente sustentável, uma vez que pode ser gerado sem a emissão de gases poluentes”.

O especialista comenta ainda que o hidrogênio verde pode ser aplicado  em diversos setores, incluindo transporte, geração de energia elétrica e processos industriais. “Trata-se de uma oportunidade valiosa para o uso desse novo combustível na descarbonização de setores que enfrentam desafios para eletrificar suas operações”, diz.

Quando utilizado como combustível, o hidrogênio gera apenas água como resíduo, minimizando o impacto ambiental. Além disso, pode ser produzido a partir da gaseificação do bagaço da cana-de-açúcar, o que o torna uma alternativa a fontes de energia não renováveis, como o gás natural e a nafta.

Desafios

Apesar do cenário favorável, o Brasil também enfrenta desafios significativos, como o custo de produção mais alto em comparação com métodos tradicionais de produção, a falta de infraestrutura adequada para armazenamento e transporte e a ausência de políticas de incentivo e de um quadro regulatório. O professor pontua ainda que o Brasil já possui uma indústria de biocombustíveis bem estabelecida e, por isso, o hidrogênio verde terá que encontrar seu espaço nesse contexto energético diversificado. “É por isso que o investimento em pesquisa e desenvolvimento de novas tecnologias, além da capacitação de profissionais, é tão imporante”, reforça.

Para o engenheiro, é essencial uma colaboração entre muitos agentes. “O setor público pode oferecer incentivos fiscais e financiamento para impulsionar a pesquisa e a infraestrutura, enquanto o setor privado pode contribuir com inovação e capital. Já a academia pode servir como uma ponte para parcerias público-privadas, facilitando a transferência de tecnologia e o financiamento de pesquisa aplicada. Além disso, instituições como o Centro Universitário Facens têm um papel vital na divulgação e educação, informando tanto a indústria quanto o público em geral sobre os benefícios e desafios associados ao hidrogênio verde”, conclui.

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Expediente

Jornalista responsável:
Elis Marina de Amaral Gurgel Nunes (MTB 0094600/SP)

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