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Sorocaba lança estudos sobre mudanças climáticas em evento regional

“É um grande orgulho ter o ICLEI como um parceiro de Sorocaba. É bom que as pessoas tenham consciência da grandiosidade desses dois estudos. Esse é um alicerce que vai balizar a discussão do planejamento da cidade, liderado pela prefeitura, com responsabilidade, sabendo o que pode ocorrer no futuro para conter os efeitos negativos das mudanças climáticas”.

Destacou o secretário do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Sema), Maurício Tavares da Mota, se referindo ao 2º Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e à Análise de Vulnerabilidade e Risco Climático.

Os dois documentos foram lançados no 2º Fórum Regional de Mudanças Climáticas, ocorrido na noite de quarta-feira (16) de forma gratuita e on-line pela plataforma Zoom.

Promovido pela Prefeitura de Sorocaba, por meio da Sema e da Secretaria de Relações Institucionais e Metropolitanas (Serim), com apoio do Centro Universitário Facens, o Fórum Regional de Mudanças Climáticas reuniu mais de 50 pessoas, entre representantes de poder público, universidades, indústrias, comércio e sociedade civil organizada da Região Metropolitana de Sorocaba (RMS).

Os estudos foram realizados pela Prefeitura de Sorocaba em parceria com o ICLEI América do Sul, por meio do Urban-Leds II, projeto que apoia aproximadamente 60 cidades ao redor do mundo na condução de suas estratégias climáticas alinhadas ao Acordo de Paris.

A apresentação do inventário atualizado e a construção da análise de vulnerabilidade e risco climático são estratégicas para o futuro da cidade de Sorocaba.

Os dados e informações provenientes desses estudos vão fundamentar a gestão climática para os próximos anos, abarcando os aspectos de adaptação e mitigação de forma detalhada.

A apresentação de ambos os documentos foi feita pela gerente de Biodiversidade e Mudança do Clima do ICLEI, Sophia Picarelli, que destacou a importância e os principais resultados de cada um.

“Estamos felizes e animados, com todo esse avanço que a cidade teve nesta etapa do projeto Urban Leds, coroando com o lançamento desses estudos tão importantes”

declarou.

O inventário aponta a quantidade de gases de efeito estufa emitidos na cidade e quais os setores com maior emissão com anos-base 2013 a 2017.

As emissões totais de CO2e em Sorocaba apresentaram tendência de queda anual entre 2013 (2.166.128 tCO2e) e 2016 (1.446.391 tCO2e), com ligeiro aumento em 2017, e com uma emissão per capita semelhante à de outras cidades da América Latina.

O setor de transporte é o maior contribuinte de emissões do município, resultado da predominância do modal rodoviário, fazendo com que os principais combustíveis empregados na frota rodoviária (gasolina, óleo diesel e etanol) tenham papel central na definição das categorias-chave do inventário e na definição de políticas públicas.

Já a Análise de Vulnerabilidade e Risco Climático procura compreender os riscos climáticos atuais e futuros e os potenciais impactos desses sobre a cidade e seus habitantes, bem como das capacidades existentes para enfrentar os problemas climáticos.

O estudo apresentou o risco de onda de calor como um importante fator a ser considerado na elaboração e formulação de medidas de adaptação para Sorocaba.

Importante destacar que o município possui diversas ações relacionadas à arborização urbana, às áreas verdes, ao reflorestamento e à conservação de áreas naturais, que devem ser intensificadas para a minimização do risco de ondas de calor, principalmente nas áreas com menores índices de cobertura vegetal, o que está sendo considerado para a revisão do Plano de Arborização Urbana. Além disso, as políticas para garantir segurança hídrica serão de extrema importância.

Agora o próximo passo será desenvolver o Plano de Ação Climática de Sorocaba, com subsídios baseados em evidências, refletindo o conhecimento científico e entendendo as especificidades locais, as vulnerabilidades e emissões.

Com isso, será possível avaliar as prioridades na realização de ações e investimentos para mitigação, adaptação e resiliência climática de acordo com a realidade local.

O 2º Inventário pode ser conferido no site da Sema: http://meioambiente.sorocaba.sp.gov.br/gestaoambiental/inventario-de-gases-de-efeito-estufa/.

Já a Análise de Vulnerabilidade e Risco Climático será disponibilizada em breve em http://meioambiente.sorocaba.sp.gov.br/gestaoambiental/mudanca-climatica/estudo-de-vulnerabilidade-e-risco-climatico-de-sorocaba/.

Recursos hídricos, parâmetros epidemiológicos e atuação da Defesa Civil

A primeira palestra foi com o vice-presidente do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Sorocaba e Médio Tietê, prof. Dr. André Cordeiro Alves dos Santos, que falou sobre a “Disponibilidade hídrica e a gestão regional dos recursos hídricos”.

Segundo ele, tanto o Médio Tietê, quanto o Médio Sorocaba possuem baixa disponibilidade hídrica per capita e citou cidades da região que praticamente utilizam-se de água subterrânea para o abastecimento municipal.

Ele também ressaltou o fato de Sorocaba fazer parte de uma Macrometrópole Paulista, que une áreas urbanas das regiões de São Paulo, Campinas, Santos, São José dos Campos, além dos aglomerados urbanos de Jundiaí e Piracicaba, formando quase que uma única cidade com mais de 30 milhões de habitantes, que depende muito de recursos hídricos, e está localizada numa região de cabeceira, onde o volume de água superficial é pequeno, assim como água subterrânea, e demanda de um grande volume de água.

André também tratou da Represa de Itupararanga, que é o principal reservatório da região e alertou sobre três problemas sérios a serem resolvidos pelos municípios: a ocupação da bacia, a operação da barragem e a questão do esgoto não tratado.

Já a diretora técnica de Saúde I da Sucen – Regional de Sorocaba, Sueli Yasumaro Dias, tratou do tema “Parâmetros epidemiológicos na Região Metropolitana de Sorocaba”, passando ao público inicialmente um panorama dos problemas globais.

Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), as doenças transmitidas por vetores, em especial o mosquito Aedes aegypti, são responsáveis por 17% da carga de doenças transmissíveis no mundo, sendo que 80% da população do planeta vivem em áreas de risco e 50% tem a possibilidade de contrair duas ou mais doenças.

Ela também alertou para o fato das doenças transmitidas por vetores impedirem o desenvolvimento econômico em função do gasto direto com a assistência do paciente e gastos indiretos com a redução da produtividade e do turismo.

Sueli também falou do Cenário Epidemiológico deste ano no Estado de São Paulo, com 99,7% dos municípios paulistas com a presença do Aedes aegypti, com elevação dos índices larvários e predominância do sorotipo 2 do vírus.

Ela também apresentou o cenário da RMS, que em 2020 teve 18.101 notificações para a dengue e 4.201 casos confirmados, com letalidade baixa. Foram 2 mortes, sendo um de Sorocaba e um de Araçariguama.

“É preciso entender que a saúde e a doença são socialmente produzidos por fatores macrodeterminantes. É aí que entra a nossa discussão. A crescente urbanização e intensos fluxos migratórios têm uma alta produção de resíduos sólidos associados à atuação da população, que é bastante frágil na questão de manter o ambiente seguro, que faz com que essa incidência de arboviroses associadas ao Aedes aegypti se mantenham”

afirma a diretora técnica da Sucen.

Ela também falou da necessidade de ações contínuas e sistemáticas, sincronia de ações, planejamento, monitoramento e espaço permanente de avaliação. “A nossa proposta é a criação de sala de situação, que é um espaço sugerido pelo Ministério da Saúde, que tem a participação de várias áreas que podem contribuir para a melhoria da situação ambiental”, enfatiza.

Para encerrar o ciclo de palestras, o 1º Tenente PM Matheus Gonçalves Roncatto, diretor adjunto do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Defesa Civil do Estado de São Paulo, falou sobre “Riscos e vulnerabilidades regionais sob a perspectiva da Defesa Civil”.

Ele apresentou o ciclo de gestão de risco e desastre, que compreende todas as etapas que a Defesa Civil atua.

“A prevenção, mitigação e preparação são fases de fundamental importância ou pra evitar ou minimizar os danos do evento. Concomitante com o evento temos as ações de resposta, que é a participação direta ao socorro do desastre. E posterior a esse primeiro atendimento emergencial, temos a fase de recuperação. É uma ação contínua e ininterrupta”

explicou.

Ele apresentou ainda o organograma e a estrutura da Defesa Civil na regional de Sorocaba, que atende municípios e atendimento de 57 ocorrências em 2020, entre enxurrada, incêndio, deslizamento, vendaval, entre outras. “Essa região chama bastante a nossa atenção pelo número de ocorrências, como o professor (André) disse, os extremos estão cada vez mais extremos: secas mais severas e períodos de chuvas com chuvas mais abundantes”, alertou Roncatto. 

O tenente também apresentou o Plano Verão, que vai de 1º de dezembro a 31 de março em 177 municípios, com acompanhamento dos índices pluviométricos previsão meteorológica e vistorias de campo em áreas de risco.

Para encerrar ele destacou o trabalho de alertas e campanhas informativas enviadas via SMS. Neste ano, até 15 de dezembro, foram 2.432.590 terminais cadastrados e 18.440 alertas emitidos em todo o Estado de São Paulo.

Para encerrar o fórum, foi aberto um espaço para o debate, no qual o público pode questionar os palestrantes sobre o tema.

A abertura oficial do evento contou com a participação do secretário-executivo do ICLEI América do Sul, Rodrigo Perpétuo; e da diretora de Inovação do Centro Universitário Facens, Thais Barros Beldi.

O evento foi transmitido pelas redes sociais da Prefeitura de Sorocaba e pode ser conferido no link: https://www.youtube.com/watch?v=mCKFXOltalM.

Fonte: Prefeitura de Sorocaba

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Jornalista responsável:
Elis Marina de Amaral Gurgel Nunes (MTB 0094600/SP)

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