Instituição de Sorocaba usa impressoras 3D para fabricar o equipamento de proteção; parte da produção será doada ao Hospital das Clínicas
Mil escudos faciais serão doados a médicos e enfermeiros em São Paulo a partir da próxima segunda-feira (30). Iniciativa do centro universitário Facens, em Sorocaba, o projeto planeja fabricar o material de proteção em 14 impressoras 3D, dispostas em um laboratório colaborativo da instituição. O lote será entregue ao Hospital das Clínicas e à Santa Casa de Sorocaba.
“Reunimos todas as impressoras do campus e montamos a primeira ‘fazenda’ de impressão 3D da cidade”, conta Antoni Romitti, coordenador do laboratório – ou fab lab, como são chamados os espaços de fabricação digital normalmente equipados com ferramentas, impressoras 3D e alinhados ao movimento do “faça você mesmo”.
Nos fab labs, os integrantes dedicam-se à produção de produtos e projetos open source, ou seja, de código aberto e que não exigem licenciamento. Sorocaba é uma das cinco fab cities brasileiras, cidades com instituições adeptas desse movimento.
Romitti estima que o local tem capacidade para produzir cerca de 40 escudos faciais por dia. Os escudos são uma alternativa ao uso das máscaras cirúrgicas, segundo o laboratório. Como podem ser reutilizados após a higienização adequada, os profissionais de saúde não precisam trocar de máscaras várias vezes por dia, além de contarem com uma proteção extra no atendimento durante a pandemia do coronavírus.
Paulo Carvalho, reitor do centro universitário, conta que o fab lab da Facens funciona desde 2015 e, quando surgiu a pandemia da Covid-19, o local decidiu formar um grupo para reunir ideias. “Buscamos na rede projetos de máscaras e vimos que era possível produzi-las”, resume.
“Fizemos um protótipo, compartilhamos o projeto (com o hospital) e decidimos fazer um lote inicial de mil unidades, 250 doadas à Santa Casa de Sorocaba.”
Paulo Carvalho, reitor do Centro Universitário Facens.
Carvalho adianta que a universidade continua analisando novas maneiras de colaborar com os hospitais e profissionais de saúde durante a crise. Em parceria com a Toyota, por exemplo, planejam conduzir a manutenção de respiradores mecânicos parados em diversos hospitais.
Fonte: VejaSP