O Chat GPT, um algoritmo de Inteligência Artificial (IA) que responde a perguntas dos usuários, vem modificando drasticamente o comportamento de alunos e, consequentemente, a conduta de escolas em todo país.
Afinal, o dispositivo facilita consideravelmente a produção e entrega de trabalhos e parece dispensar que os alunos façam o principal: reflitam, desenvolvam uma linha de raciocínio e, consequentemente, aprendam.
Mas, será que no caso das Instituições de Ensino Superior (IES) o Impacto é o mesmo? O reitor do Centro Universitário Facens, Fabiano Prado Marques, explica como a instituição tem lidado com o uso do Chat GPT e como a utilização dele pode ser positiva para todos, desde que feita com responsabilidade.
Marques explica que Chat GPT vem fazendo as IES repensarem suas metodologias, tanto de ensino e aprendizagem, quanto de avaliação. Contudo, ele afirma que o surgimento do algoritmo de IA está apenas acelerando o processo de utilização de metodologias ativas de ensino e avaliação por competências, modificando o modelo tradicional que conhecemos.
“Entendemos que dispositivos como o Chat GPT devam ser enxergados como aliados no processo de aprendizagem e ferramenta valiosa de apoio. A Facens entende há algum tempo que o ensino superior e de pós-graduação baseado em projetos deve ser o caminho e ferramentas como o Chat GPT vão valorizar e acelerar isso, pois atividades como a pesquisa sobre diversos assuntos e a tradução de textos em outros idiomas tornam-se muito mais acessíveis, processos que, quando bem utilizados, tornam o acesso à informação e ao conhecimento muito facilitado. Contudo, como ainda é uma novidade e temos visto outros algoritmos similares surgir, muitas possibilidades ainda serão discutidas, testadas e implantadas no ensino”
explica Fabiano.
O reitor da Facens afirma que o Chat GPT não deve ser evitado, mas sim usado com responsabilidade. Além disso, ele destaca que é preciso transformar a estrutura de ensino. “A Facens vem trabalhando com seus professores para que a ferramenta seja utilizada com responsabilidade, auxiliando no processo de ensino e aprendizagem. Não entendemos que o Chat GPT seja algo a ser evitado, mas a sua utilização precisa ser monitorada e validada para que a qualidade da informação seja garantida. Se bem utilizada, dentro da nossa proposta metodológica, os resultados podem e devem ser positivos. Vale frisar que, tanto o processo de ensino e aprendizagem quanto os métodos de avaliação precisam ser ajustados. Entendemos que o ensino e a avaliação por competências, utilizando metodologias ativas, seja um caminho interessante a ser explorado em conjunto com o Chat GPT” afirma.
Fabiano explica que, apesar de polêmica, a ferramenta não resolve todas as questões sozinhas e que é preciso conhecimento e reflexão para absorver o melhor das respostas que ela pode oferecer. “A ferramenta ainda depende muito do usuário e de como ele interage por meio de perguntas. Portanto, o usuário precisa saber abordar os assuntos de interesse, ou seja, fazer as perguntas certas. Outro ponto importante é que a ferramenta ainda não tem um grau de exatidão nas respostas. Especialistas em alguns assuntos já fizeram questionamentos em que as respostas não vieram com a exatidão necessária”, diz.
Apesar de enxergar o Chat GPT com potencial positivo e agregador, o reitor da Facens também tem algumas ressalvas. “O uso incorreto desse tipo de ferramenta pode ser prejudicial ao processo de ensino e aprendizagem. Por exemplo, se for utilizada simplesmente para obter textos a serem usados em respostas diretas, sem que o usuário tenha total compreensão do tema, podemos sofrer consequências indesejadas como o estímulo aos resultados fáceis e ao não desenvolvimento do raciocínio lógico e do pensamento crítico” destaca.
Como toda nova tecnologia, o Chat GPT causa entusiasmo, dúvidas e impactos quase imediatos. Contudo, o que se pode notar é que, independentemente do que achamos ou acreditamos, este tipo de dispositivo parece ter vindo para ficar, pois o Google acaba de lançar o Bard, um concorrente do Chat GPT.