A Prefeitura de Sorocaba, por meio da Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Sema) e da Secretaria de Relações Institucionais e Metropolitanas (Serim), abre nesta terça-feira (dia 1º) as inscrições para o 2º Fórum Regional de Mudanças Climáticas, que ocorrerá no dia 16 de dezembro, a partir das 18h, na plataforma Zoom.
Os interessados deverão se inscrever gratuitamente pelo site da Sema: meioambiente.sorocaba.sp.gov.br/. As vagas serão limitadas.
Promovido com apoio da Facens, o evento visa dar continuidade aos debates iniciados no primeiro fórum, realizado em novembro de 2019, e abordar as prioridades para a Região Metropolitana de Sorocaba (RMS), no contexto das Mudanças Climáticas e, em especial, no que se refere às medidas de adaptação.
Com isso pretende-se identificar oportunidades de atuação de diferentes segmentos da sociedade para os próximos anos, orientando especialmente o desenvolvimento de políticas públicas para definição de uma agenda comum para toda a região.
A ideia é reunir secretários municipais de meio ambiente, planejamento, mobilidade, saneamento, desenvolvimento econômico e agricultura, além de universidades, indústrias, comércio, agropecuária, construtoras e sociedade civil organizada para proporem ações para o desenvolvimento sustentável da RMS, sendo fundamental para isso a adaptação às mudanças climáticas.
De acordo com a Sema, o link para ter acesso ao fórum será enviado por e-mail a todos os inscritos após o encerramento das inscrições. Mais informações podem ser obtidas pelo e-mail sema@sorocaba.sp.gov.br.
Programação
Após abertura oficial, às 18h20, o público terá a oportunidade de conferir o prof. Dr. André Cordeiro Alves dos Santos, coordenador da Câmara Técnica de Planejamento e Gerenciamento de Recursos Hídricos (CT-PLAGRHI) do Comitê de Bacia Hidrográfica do Rio Sorocaba e Médio Tietê, falar sobre “Disponibilidade hídrica e a gestão regional dos recursos hídricos”.
Às 18h35, a diretora técnica de Saúde I da Sucen – Regional de Sorocaba, Sueli Yasumaro Dias, vai tratar do tema “Parâmetros epidemiológicos na Região Metropolitana de Sorocaba”.
Já às 18h50, será a vez do 1º Tenente PM Matheus Gonçalves Roncatto, diretor adjunto do Centro de Gerenciamento de Emergências (CGE) da Defesa Civil do Estado de São Paulo, falar sobre “Riscos e vulnerabilidades regionais sob a perspectiva da Defesa Civil”.
Em seguida, às 19h05, a Secretaria do Meio Ambiente e o Iclei América do Sul vão lançar o 2º Inventário de Emissões de Gases de Efeito Estufa (GEE) e a Análise de Risco Climático de Sorocaba, realizada com apoio do projeto Urban LEDS II, que foram concluídos pela Prefeitura de Sorocaba neste ano de 2020 e subsidiarão a elaboração do Plano Local de Ação Climática. Para encerrar o fórum, às 19h20, será aberto um espaço para o debate.
Principais desafios
Um dos principais desafios é a adaptação à mudança do clima, considerando os desafios trazidos pela pandemia e a restrição orçamentária para investimento em ações consideradas necessárias. Entre as tendências apontadas na Análise de Risco Climático de Sorocaba, estão a ampliação da ocorrência de ondas de calor e uma tendência de redução na precipitação total (embora haja previsão da ocorrência de chuvas extremas pontualmente), que afetam o risco de inundação e deslizamento, além da disponibilidade de água e sensibilidade da população às temperaturas elevadas.
Estes pontos agravarão alguns desafios já enfrentados no município e região, e também demandarão uma mudança na forma como a cidade se desenvolve. Em Sorocaba, além do trabalho realizado pelas secretarias municipais, como a implantação do Parque das Águas e o RDC Água Vermelha, que são bacias de contenção utilizadas como espaços de lazer pela população, bem como a despoluição do rio Sorocaba, obras foram feitas para trazer maior segurança às adutoras de água que abastecem o município e estamos concluindo a implantação de nova estação de tratamento de água. Porém, é de extrema urgência repensar na questão da Represa de Itupararanga, principal manancial que abastece o município e que está fora de seus limites territoriais, junto com poder público e sociedade de toda a RMS.
Sorocaba enfrentou em novembro de 2019 um rodízio de abastecimento de água durante quase um mês, uma medida de enfrentamento à situação do abastecimento resultante da falta de chuva de mais de três meses na cidade, consumo de água excessivo em razão do forte calor e situação dos mananciais que abastecem a cidade de água bruta. Essa medida foi sentida por toda população, que teve que se adaptar a essa interrupção temporária.
Outra necessidade é a ampliação das ações para a prevenção de epidemias, tais como a dengue, chikungunya e zika, que tem ligação com os períodos mais quentes e chuvosos. A Secretaria da Saúde de Sorocaba divulgou em outubro deste ano o índice da Avaliação de Densidade Larvária (ADL). O resultado foi de 1,1%, que indica sinal de alerta para infestação do mosquito Aedes aegypti na cidade.
De acordo com a Zoonoses, a cada 100 imóveis trabalhados, 1,1 tinham larvas do mosquito. Os índices são classificados entre satisfatório (até 1%), alerta (acima de 1% até 3,9%) e risco (acima de 3,9%). Devido à pandemia da Covid-19, a busca pelas larvas ocorreu apenas nas áreas externas dos imóveis, por motivos de segurança dos servidores e dos munícipes, conforme orientações do Ministério da Saúde. Portanto, os índices encontrados provavelmente seriam maiores se a vistoria fosse completa nos imóveis.
Além disso, outro desafio é engajar toda a sociedade para agir em prol do clima, como uma incumbência compartilhada entre governo, empresas, sociedade civil e organizações, despertando um olhar crítico sobre como atuar para mitigar os efeitos das mudanças climáticas. Pequenas atitudes podem gerar impactos positivos e os setores econômicos de toda a região devem repensar seus modelos e estratégias.
Por: Mariana Campos – macampos@sorocaba.sp.gov.br