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Copa do Mundo Feminina

Austrália e Nova Zelândia: países sede da Copa do Mundo feminina e não é por acaso

Mesmo que um país precise se candidatar, atender requisitos mínimos e ser eleito, parece que a escolha da Austrália e da Nova Zelândia para sediarem a Copa do Mundo de 2023 não foi ao acaso e carrega, até certo ponto, um simbolismo, já que os dois países foram propulsores, sobretudo, na conquista de direitos das mulheres.

Por DRI

Voto feminino

Os dois países foram os primeiros a garantir o sufrágio feminino no mundo. A Nova Zelândia concedeu o direito ao voto às mulheres em 1893, que já tinham, desde 1886, direitos políticos no âmbito municipal. A conquista do voto foi resultado de anos de esforço de campanhas sufragistas, lideradas por Kate Sheppard, que hoje estampa a nota de 10 dólares neozelandês. 

Nota de 10 dólares neozelandês com o rosto de Kate Sheppard

Em 1894, o parlamento da Austrália do Sul aprovou o Constitutional Amendment (Adult Suffrage) Act, garantindo não somente o voto às mulheres, mas também que elas pudessem se candidatar para o Parlamento, tornando a Austrália o primeiro país a permitir que mulheres participassem da política em âmbito nacional. A Women’s Suffrage League foi o grupo mais influente no país, criado por Mary Lee e Mary Colton, contando, posteriormente, com a participação de Catherine Helen Spence.

Aborto

Em 2019, após estado de Nova Gales do Sul descriminalizar a interrupção da gravidez, o abordo se tornou legal em toda a Austrália. Na Nova Zelândia, o aborto foi descriminalizado no ano seguinte, em 2020, após uma consulta popular.

Licenças de trabalho às mulheres

Em 2018, Nova Zelândia foi o primeiro país ocidental a garantir que mulheres vítimas de violência doméstica tivessem direito a licença de dez dias. Em 2021, o país se tornou um dos únicos a oferecer licença por luto a pais que sofreram aborto espontâneo.

Combate à pobreza menstrual

Em 2021, a Nova Zelândia se tornou o segundo país do mundo a criar lei para distribuição gratuita de absorvente em escolas em combate à chamada “pobreza menstrual”. De acordo com a primeira-ministra da época, Jacinda Ardern, uma em cada doze jovens estavam faltando à escola por não ter condições e acesso à absorventes e tampões.

Todos os cargos mais altos ocupados por mulheres

Em 2006, a Nova Zelândia se tornou o primeiro país a ter simultaneamente mulheres ocupando todos os cargos mais altos no país: rainha, governadora-geral, primeira-ministra, presidente da Câmara dos Deputados e chefe de justiça.

Além dos direitos das mulheres acima mencionados, cabe frisar a conquista também da classe LGBTQIAP+ com:

Casamento homoafetivo 

Em 2013, a Nova Zelândia foi o primeiro país da Ásia-Pacífico a reconhecer o casamento entre pessoas do mesmo sexo. A Austrália reconheceu em 2017.

DRI Indica

A dica de hoje é o filme As sufragistas, de 2015, disponível na Prime Video. Com um elenco de peso, o filme retrata a luta pelo direito de votos das mulheres no Reino Unido no século XX. Confira o trailer!

Fontes:
https://www3.weforum.org/docs/WEF_GGGR_2022.pdf
https://www.pmc.gov.au/sites/default/files/resource/download/status-of-women-report-card-2023.pdf
https://www.bbc.com/travel/article/20200319-the-new-zealand-river-that-became-a-legal-person
https://www.nzvisto.com/15-curiosidades-sobre-a-nova-zelandia-que-voce-precisa-ver.html/
https://exame.com/mundo/australia-legaliza-casamento-gay/

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Expediente

Jornalista responsável:
Elis Marina de Amaral Gurgel Nunes (MTB 0094600/SP)

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