O desenvolvimento tecnológico e a pandemia de COVID-19 trouxeram mudanças significativas para o mercado de trabalho, especialmente para os jovens que buscam novas oportunidades de emprego. De acordo com dados divulgados pelo Caged, o Brasil criou mais de 1,48 milhão de empregos com carteira assinada em 2023, menor montante registrado desde 2020. No acumulado do ano, houve saldo positivo na geração de vagas, com a criação de aproximadamente 44 milhões de postos de trabalho, e um saldo de mais de 1,2 milhão de empregos entre os jovens de 18 a 29 anos
Patricia de Souza Cardoso, especialista em Carreiras do Centro Universitário Facens – referência nacional em metodologias inovadoras de educação nas áreas de engenharia, tecnologia, arquitetura e saúde –, afirma que a pandemia acelerou tendências tecnológicas que já estavam em curso, como o trabalho remoto e a utilização de inteligência artificial. “Com isso, estilos de trabalho e conhecimentos técnicos que normalmente levariam mais tempo para se desenvolver foram antecipados. Esse cenário exige que tanto profissionais quanto empresas sejam mais adaptáveis e resilientes, conforme apontado no relatório da McKinsey sobre o futuro do trabalho pós-COVID-19 em 2021”, aponta.
Para os jovens que estão entrando no mercado de trabalho, a especialista destaca a importância de desenvolver competências comportamentais, além das habilidades técnicas.
“Hoje, há uma ênfase maior em um conjunto de habilidades que inclui sociais, emocionais e tecnológicas. A capacidade de adaptação e o desenvolvimento contínuo de competências variadas são essenciais”
explica.
Para a nova geração de profissionais, a preparação deve ser abrangente. Patricia afirma que, no Centro Universitário Facens existe o Escritório de Carreiras, que dá toda a mentoria e suporte para que os estudantes estejam preparados.
“É preciso haver uma união entre teoria e prática e isso deve ser feito por meio de atividades acadêmicas, usinas de projetos e participação em centros de inovação. Essas iniciativas proporcionam aos jovens experiências práticas e reais que complementam o aprendizado teórico”
detalha.
Atividades pessoais, como o voluntariado, também são essenciais para desenvolver habilidades comportamentais cruciais, como escuta ativa, liderança, adaptabilidade e trabalho em equipe, observa a especialista, que acrescenta que “essas experiências contribuem significativamente para a formação de um profissional completo e preparado para os desafios do mercado de trabalho atual”.
Conectar empresas e universidades
A parceria entre empresas e a academia também é crucial para alavancar carreiras e gerar empregabilidade. “Essa colaboração permite que as universidades compreendam as competências técnicas e comportamentais valorizadas pelo mercado de trabalho, ajustando seus currículos para atender a essas demandas”, explica Patricia.
As empresas podem oferecer problemas reais para serem temas de trabalhos de conclusão de curso (TCC), proporcionando aos jovens a chance de aplicar seus conhecimentos em situações práticas. “Os alunos têm a chance de demonstrar seu potencial, aumentando as chances de contratação”, acrescenta a especialista. Além disso, ainda segundo Patricia, “a participação em feiras de estágio organizadas pelas universidades facilita a inserção dos estudantes no mercado de trabalho”.
Como planejar a carreira profissional
Patricia recomenda um processo estruturado para o planejamento de carreira, que envolve quatro etapas principais:
- Autoconhecimento: identificar valores pessoais, habilidades e vulnerabilidades para garantir alinhamento com os valores das empresas escolhidas;
- Exploração: conversar com profissionais da área de interesse para entender melhor a profissão e os desafios enfrentados;
- Planejamento e Decisão: pesquisar empresas e oportunidades abertas, conhecer os requisitos e definir quais combinam com suas competências. A partir disso, criar um plano de desenvolvimento individual;
- Ação: preparar ferramentas essenciais, como currículo, LinkedIn e estratégias para entrevistas.