O que a palavra doação remete a você?
Atualmente, o Brasil ocupa a 122º posição em um ranking de solidariedade com 146 países, segundo a organização britânica Charities Aid Foundation (CAF) que publica esse ranking.
Aproximadamente, metade da nossa população costuma doar para organizações e projetos socioambientais pelo menos uma vez ao ano.
Proporcionalmente, pessoas com uma renda menor doam mais do que os que tem maior poder aquisitivo.
Geralmente, associamos a palavra doação a dinheiro e questões sociais. Mas você já parou para pensar que o ato de doar vai muito além do que isso?
A frase abaixo da Joana Mortari, inspirada por Lex Bos, me fez refletir sobre a pergunta cima.
“As pessoas costumam pensar que a gratidão surge quando recebem uma doação. Pode até ser. Mas a verdade é que o sentimento de gratidão, profundo e verdadeiro, que gera a doação”
Seria então a gratidão que te faz querer retribuir o que tem? Ou a empatia, injustiça e desigualdade que te faz agir?
Este mês fui convidada a participar de dois painéis onde discuti sobre doação:
O primeiro foi no congresso GIFE – Grupo de Institutos Fundações e Empresas, no qual participei do painel “Além da Emergência: por um país mais doador, sempre”.
Além de expormos as nossas ações e como vemos a questão da continuidade da doação para além da pandemia, exploramos também o documento de diretrizes (você pode acessá-lo aqui) para potencializar a cultura de doação no Brasil, criado pelo Movimento por uma Cultura de Doação.
Esse documento nasceu de uma consulta e elaboração coletiva e destacou-se cinco diretrizes para que todos os interessados nesta causa se inspirem e impulsionem este campo de forma mais estratégica:
1- Educar para a cultura de doação;
2 – Promover narrativas engajadoras;
3- Criar um ambiente favorável à doação;
4 – Fortalecer as organizações da sociedade civil;
5 – Fortalecer o ecossistema promotor da cultura de doação.
O segundo evento, foi um congresso internacional, o Giving Tuesday Leaders Global Summit, onde representei o Brasil e a campanha comunitária que lidero, para a promoção de uma cultura de doação em Sorocaba – o Doa Sorocaba.
Em ambos os painéis tive a oportunidade de aprender com os meus colegas e a refletir sobre os meus atos de doação, como posso aprimorá-los e ser parte desse grupo que impulsionará a doação a um patamar mais estratégico.
Entendo que o primeiro passo se inicia com a educação e o conhecimento, pois doar deveria ser como votar, um ato de cidadania.
Todos nós temos a capacidade de oferecer algo a alguém. Se dinheiro é o problema, você pode doar o seu conhecimento, a sua voz a uma causa, o seu tempo e carinho a alguém.
E deve fazer barulho!
Porque damos ibope somente a notícias trágicas e ruins? Vamos inspirar mais pessoas através dos nossos bons atos!
E não é sobre doar uma vez e achar que fez a sua parte. O mundo é muito desigual e a necessidade é frequente, assim como a sua doação deve ser.
Eu por exemplo, escolhi algumas organizações que ajudo mensalmente com recursos financeiros, outros apoios são para pessoas e decidi doar parte do meu tempo e voz para dois projetos onde promovemos a cultura da doação e conectamos pessoas a organizações socioambientais que precisam de apoio: o Doa Sorocaba e Drops of Action.
Construa o seu círculo virtuoso. Doe e se doe. Com certeza será um jogo ganho!